domingo, 17 de outubro de 2010

'Um protocolo' ou 'Do sentimento de grupo'

Um lugar de passagem. Compartilhando do mesmo chão, ao mesmo tempo, camadas múltiplas de desejos, vivencias, culturas, expectativas. Estrangeiros no próprio país. Entre mocinhos e vampiros, aquele quer mudar o mundo, este quer mudar a natureza humana, o primeiro deseja um prato de comida para amansar a fome, o segundo engajado e ansioso pelo momento do MIME SHOW, outros desejosos de um interlocutor passivo. VOZES DISSONANTES. Quem será capaz de criar vínculos com um espaço que é de todos e de ninguém? Quem será capaz de se comprometer e chamar este lugar de CASA?

Uma ausência diagnosticada: sentimento de grupo. A necessidade de cooperação dá lugar à carapaça de segurança que impede os indivíduos de darem um primeiro passo na direção do encontro.

Mas qual o tempo de maturação necessário para que as relações possam abarcar a capacidade de respeitar e o desejo da cooperação e de viver uma experiência de grupo? Talvez desde o início a postura a ser perseguida seja a de manter os OLHOS RECÉM NASCIDOS, livres de julgamentos primários e de aproximações forçadas - Abrir os olhos e os ouvidos, calar. A habilidade de conviver com a diferença entendida não sob a perspectiva do discurso do politicamente correto, mas como um canal para a possibilidade real de troca.

O espaço inclusivo é generoso com seus passantes, mas pode tornar-se MAIS PESADO QUE O AR no momento em que se chocam interesses individuais e coletivos. Interesses coletivos? Ingênuo falar nisso, nesses termos... Mas forem escolhidos os alvos errados para atacar, então AMANHÃ SERÁ TARDE...

- Às vezes é assim no Brás, às vezes é assim no teatro.

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